A performance nas cantigas galego-portuguesas: desafios entre oralidade e tradição manuscrita trovadoresca
DOI:
https://doi.org/10.26512/dramaturgias15.35750Palavras-chave:
Cantigas galego-portuguesas, Performance, Musicologia HistóricaResumo
Apesar do significativo aumento de interesse do público pela Idade Média, a música da lírica medieval galego-portuguesa ainda representa um grande desafio de interpretação e recriação. Motivados por essa questão, propomos neste artigo uma reflexão sobre a performance das cantigas galego-portuguesas, reconhecendo suas especificidades enquanto canção em um meio de criação e transmissão oral. Para tanto, analisaremos as perspectivas e métodos propostos pela musicologia e pelo movimento da Música Antiga ”“ Early Music ”“ para as fontes medievais e os principais desafios diante do escasso material oferecido pelos pergaminhos Vindel e Sharrer, fragmentos que contêm cantigas de amigo e de amor, respectivamente, com notação musical. Consideramos que o conceito de performance e sua compreensão no contexto medieval é fundamental para avançar- mos na interpretação da performance trovadoresca, cujas próprias cantigas propiciam alguns indícios, que pretendemos explorar neste artigo.
Downloads
Referências
LOPES, Graça Videira; Ferreira, Manuel Pedro et al. (2011-). Cantigas Medievais Galego Portuguesas [base de dados online]. Lisboa: Instituto de Estudos Medievais, FCSH/NOVA. Último acesso em 15 de agosto de 2020. Disponível em:
<http://cantigas.fcsh.unl.pt>.
ALMEIDA, Scarlett Dantas de Sá. Ritos, cerimoÌ‚nias e poder em Castela: uma análise político-cultural dos costumes de corte (séc. XV). Dissertação de mestrado defen- dida no Programa de Pós-Graduação em História da Universidade de Brasília, 2016.
AUBERT, E. H. L’anthropologie historique par le détour de la musicologie : une ethnomusicologie historique du Moyen AÌ‚ge est-elle souhaitable ? In: L’Atelier du Centre de recherches historiques [En ligne], 06 | 2010, mis en ligne le 29 juin 2010. Disponível em: http://journals.openedition.org/acrh/1916; DOI: https:// doi.org/10.4000/acrh.1916. Acesso em 27 de julho de 2020.
AUBREY, Elizabeth. Reconsidering “High Style” and “Low Style” in Medieval Song. In: Journal of Music Theory, vol. 52, no 1, 2008, p. 75 ”“ 122.
BERGER, Anna Maria Berger. Medieval Music and the Art of Memory. University of California Press, 2005.
BLACKING, J. How musical is man? University of Washington Press, 1974.
CHAILLOU-AMADIEU, Christelle. « Faire gaia chanso »: la tradition des trouba- dours, un art de faire entre musique et littérature ». In: Cahiers de recherches médiévales et humanistes, [En ligne] 26 | 2013, mis en ligne le 30 décembre 2016, p. 57-68. Disponível em http://journals.openedition.org/crm/13392; DOI:
4000/crm.13392. Acesso em 22 de julho 2019.
COHEN, Rip. “In the Beginning was the Strophe: Origins of the Cantiga d’Amigo Revealed!”. In: LARANJINHA, Ana Sofia; MIRANDA, José Carlos (Coords.). Modelo: Actas do X Colóquio da Secção Portuguesa da Associação Hispá‚nica de Literatura Medieval. Porto: Faculdade de Letras da Universidade do Porto, 2005, pp. 243-255.
ECO, Humberto. Arte e beleza na Estética Medieval. Rio de Janeiro: Record, 2018. FERREIRA, Manuel Pedro. Cantus Coronatus: 7 Cantigas d’El-Rei Dom Dinis. Kassel:
Reichenberger, 2005.
______________________. Estrutura e ornamentação melódica nas cantigas trovado- rescas. In: FERREIRA, M. P. Aspectos da Música Medieval no Ocidente Peninsular, vol. 1: Música Palaciana. Lisboa: Imprensa Nacional/ Fundação Calouste Gulbenkian, 2009, p. 150 ”“ 174.
______________________. Ler o Pergaminho Vindel: suporte; textos; autor. In: Lopes, Graça Videira; FERREIRA, Manuel Pedro (eds). Do Canto à Escrita: Novas ques- tões em torno da lírica galego-portuguesa ”“ nos cem anos do Pergaminho Vindel. Lisboa: IEM/CESEM, 2016.
KELLY, Thomas Forest. Early Music. A very short introduction. Oxford University Press, 2011 (E-book Kindle).
LE GOFF, J. Heróis e Maravilhas da Idade Média. Petrópolis: Vozes, 2011. MICHELS, Ulrich. Atlas de música vol I. Lisboa: Gradiva, 2003.
MONGELLI, Lênia Marcia. Fremosos Cantares: Antologia da lírica medieval gale- go-portuguesa. São Paulo: Martins Fontes, 2009.
OLIVEIRA, António Resende. Depois do espetáculo trovadoresco. A estrutura dos cancioneiros peninsulares e as recolhas dos séculos XIII e XIV. Lisboa: Colibri, 1994.
SHARRER, H. Fragmentos de sete cantigas d’Amor de D. Dinis, musicadas ”“ uma Descoberta. In: Literatura Medieval Vol. I: Actas do IV Congresso da Associação Hispá‚nica de Literatura Medieval. Lisboa: Cosmos, 1991.
SODRÉ, Paulo Roberto. O riso no jogo e o jogo do riso na sátira galego-portu- guesa. Vitória: EDUFES, 2010.
TAVANI, G. Trovadores e Jograis: Introdução à poesia medieval galego-portu- guesa. Lisboa: Caminho, 2002.
TOMLINSON, Gary. Musicology, Anthropology, History. In: Il Saggiatore Musicale, vol. 8, no1, 2001, p. 21 ”“ 37.
ZUMTHOR, Paul. A letra e a voz. A literatura medieval. São Paulo: Companhia das Letras, 1993.
______________________. Performance, recepção e leitura. São Paulo: Cosac Naify, 2007.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2020 Felipe Ferreira de Paula Pessoa
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-ShareAlike 4.0 International License.
Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.