As ações do violonista em Sonant, de Mauricio Kagel
DOI:
https://doi.org/10.26512/dramaturgias.v0i11.27347Palavras-chave:
Teatro Instrumental. Violonista. Composição de ações. Mauricio Kagel. Musicalidade do Gesto.Resumo
Este artigo analisa o papel do performer-instrumentista no teatro instrumental criado pelo compositor Mauricio Kagel, tomando como objeto a atuação do violonista em uma de suas primeiras peças no gênero, Sonant (1960). Escrita para quatro instrumentistas, esta obra se baseia na teatralização da própria situação de concerto a partir de uma partitura que combina um material sonoro propriamente dito (notado parcialmente de forma tradicional, e parcialmente segundo formas inovadoras para a época, como a notação gráfica e a descrição verbal de ações) com a proposição de situações cênicas diversas. Estas não partem da ideia de representação teatral, mas de uma teatralidade situacionista. Assim, as diversas ações que são propostas ao violonista lhe demandam não apenas uma técnica instrumental aprimorada e expandida, com o uso de diversos recursos recentemente explorados no instrumento, como a integração de outras fontes sonoras, ações cênicas e reações coletivas aos estímulos dados. A forma musico-teatral resultante introduz não apenas a inovação de tradições enraizadas, como também a possibilidade de uma estética que transita entre o previsto e o imprevisto, trazendo à frente a contribuição artística dos intérpretes na própria construção formal da obra, centralizando a musicalidade no gesto e propondo, enfim, uma reflexão sobre a própria prática artística.
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