Discutindo a estrutura das passivas estativas no português brasileiro: evidências de complexidade estrutural

Autores

  • Karina Carolina Vieira Universidade Federal de Juiz de Fora
  • Paula Roberta Gabbai Armelin Universidade Federal de Juiz de Fora
  • Lydsson Agostinho Gonçalves Universidade Federal de Juiz de Fora

Palavras-chave:

passivas estativas, particípios, Morfologia Distribuída

Resumo

Este trabalho investiga as estruturas conhecidas como passivas estativas no português brasileiro, sob a perspectiva teórica da Morfologia Distribuída (HALLE; MARANTZ, 1993; MARANTZ, 1997). As estativas são tema de constante debate na literatura. De maneira geral, contudo, existe a tendência de que sejam vistas como detentoras de menos material sintático do que as passivas eventivas, especialmente quanto à formação do particípio. Embick (2004), em particular, defende que o particípio das passivas estativas é formado por apenas uma concatenação entre raiz e um núcleo de aspecto (Asp). Todavia, há contraevidências em diversas línguas, como apontam Alexiadou e Anagnostopoulou (2008) com dados do grego e Alexiadou et al. (2014) com dados do alemão. Esses autores identificam estruturas estativas cujos particípios se originam de verbos marcados para transitividade, indicando a presença de uma camada verbal (v). Nosso trabalho se insere nessa discussão, apresentando dados do português brasileiro que evidenciam uma grande complexidade estrutural nos particípios de estativas. Entre essas evidências, incluem-se a presença de vogais temáticas verbais e sufixos verbalizadores na composição desses particípios. Os dados sugerem que a identidade da estativa não pode ser atribuída unicamente ao particípio, mas sim deve levar em consideração os outros elementos que a compõem.

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Publicado

07.11.2022