ANÁLISE DO LIVRO EXPEDIÇÕES GEOGRÁFICAS DO 8ºANO: A AUSÊNCIA E SUPERFICIALIDADE DAS REPRESENTAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS DA RELAÇÃO ÁFRICA-BRASIL
DOI:
https://doi.org/10.26512/ciga.v11i2.38355Resumo
Os livros didáticos são um dos instrumentos pedagógicos essenciais no cenário escolar, auxiliam na prática docente e exercem influência no conteúdo a ser transmitido aos alunos. Nele é possível obter informações e conceitos essenciais que conduzem o processo de ensino e aprendizagem para a construção de novos conhecimentos dos alunos para com a realidade à sua volta. O artigo objetiva analisar o livro “Expedições Geográficas” do 8° ano, enfocando na ausência e superficialidade das representações étnico-raciais das relações África-Brasil. No contexto do ensino da geografia, as possibilidades da ciência em ampliar o olhar espacial é de suma importância para interpretar as formações existentes da representação étnico-racial das relações África-Brasil. Os conteúdos foram analisados a partir da investigação da eficiência da Lei 10639/03 que estabelece diretrizes e bases da educação nacional acerca da "História e Cultura Afro-Brasileira" e a aplicabilidade em conjunto do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) e a Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Os resultados obtidos revelam a falta de detalhamento e explicações dos conteúdos que tratam das relações do Brasil Africano Contemporâneo, o que dificulta a visão e compreensão dos complexos sobre a dimensão espacial dele. A análise do livro demonstra um conteúdo destinado ao continente africano exposto de maneira meramente descritiva, o que minimiza a realidade aos estereótipos, aumentando o imaginário negativo sobre seu território, cultura, economia e suas relações com o Brasil. A normalidade em se ter um ensino hegemônico eurocêntrico e colonial camufla processos complexos para compreender com profundidade a Geografia Brasileira, sendo percetível que tais conteúdos retroalimentam racismos, discriminações e mais preconceitos.