FRIDÃO E SEGURANÇA EM BARRAGENS: QUO VADIS? UMA ABORDAGEM DA GEO-CINDÍNICA A DESASTRES POTENCIAIS (RIO TÂMEGA ”“ NORTE DE PORTUGAL)
DOI:
https://doi.org/10.26512/ciga.v10i1.24043Palavras-chave:
Ordenamento do território, Geo-cindínica, Segurança em barragens, TIG, Cartografia, Perigosidade, Vulnerabilidade, RiscoResumo
Um pouco por todo o lado, a construção de barragens continua a ser uma das soluções encontradas pelos diferentes governos dos mais diversos países para controlar os seus recursos hídricos ou para represar materiais de mineração. Em ambos os casos os riscos associados têm vindo a revelar-se preocupantes porque são diversos os casos em que ocorreram grandes catástrofes, seja por razões tecnológicas (incluindo a própria pressão exercida por grandes volumes sobre linhas de fragilidade tectónica), seja por causas naturais (sismos, deslizamentos, etc.) ou por ambas ”“ poligenese ou génese complexa/compósita. Em Portugal, apesar de não serem conhecidos grandes acidentes relacionados com a construção de barragens, existem algumas situações preocupantes, sobretudo quando a jusante se localizam aglomerados populacionais. O caso de Fridão na bacia do Tâmega (Norte de Portugal), ainda em fase de decisão de concessão, poderá vir a tornar-se num dos mais perigosos devido à conjugação de dois factores que dão corpo à s reflexões que apresentamos neste trabalho: um contexto morfo-estrutural e morfo-tectónico propenso à ocorrência de factores desencadeantes de crises, sobretudo relacionado com a falha Penacova-Régua-Verin, e a existência de um contexto morfo-dinâmico favorável à ocorrência de instabilidade nas vertentes (que ocorreram no passado e produziram várias dezenas de mortos) e se revelam como concorrentes potenciais para um aumento assinalável dos factores de Risco. Assegurar as condições de segurança relativa a este tipo de construções impõe a implementação de um conjunto de regras e procedimentos que possam dar corpo a uma filosofia política, preventiva e proactiva, capaz de garantir a protecção das populações.