DO AÇUDE À CIDADE:
A ORIGEM DO MUNICÍPIO DE CRUZETA/RN NA TRILHA DAS “OBRAS CONTRA AS SECAS” (1920-1929)
DOI:
https://doi.org/10.26512/ciga.v10i1.23277Palavras-chave:
Produção do Espaço; Estruturação do Território; IFOCS; Seridó.Resumo
A estreita relação entre o Açude Público de Cruzeta e a cidade homônima, evidenciada pela crise hídrica atual, remonta o período da construção do reservatório pela Inspetoria Federal de Obras Contra as Secas (IFOCS). Esse momento se insere em um contexto maior, que se equaciona pelas ações de modernização do país com a maior atenção dada aos problemas nacionais e, em nível local, pelos anseios de ascensão e domínio das elites sobre a futura cidade: seu potencial hídrico e locacional. Diante disso, questiona-se: como o surgimento e desenvolvimento de Cruzeta se relacionam à s ações de dinamização da atividade agrícola e aproveitamento da localização estratégica para articulação da região do Seridó? Assim, o objetivo do presente trabalho consiste em depreender a participação do contexto socioeconômico-político e técnico que envolveu a construção do açude na produção do espaço do município e da cidade-sede. Para tanto, orientados pelo conceito de produção do espaço, realizou-se a revisão bibliográfica apoiando em discussões de diversos autores sobre a questão em abordagens e escalas diferentes. Tais aportes fundamentaram a análise empírica dos diagnósticos técnicos e governamentais da Inspetoria ”“ estrutura normativa, dados orçamentários e de desenvolvimento das obras. O espaço e sociedade cruzetenses se estruturam na própria construção do açude, nas estratégias da elite e no anseio de modernização nacional, em que suas características geográficas foram fator preponderante.