NÊNGUA KAINDA E DONA IARA: SÁBIAS, PODEROSAS MULHERES

Autores

DOI:

https://doi.org/10.26512/aguaviva.v6i1.33558

Palavras-chave:

Literatura Brasileira; Religião Afro; Autoria negra; Mulheres.

Resumo

Este trabalho analisa a personagem Nêngua Kainda, da obra Ponciá Vicêncio (2003), de Conceição Evaristo, e a personagem dona Iara, do conto “O mistério da Vila”, publicado no livro O Sol na Cabeça (2018), de Geovani Martins. Ambas personagens femininas transitam pelo espaço e simbolismo da ancestralidade, religião, espiritualidade e misticismo, guardando diferenças entre si no que tange à valorização e preconceito. Na novela de Conceição Evaristo, Nêngua Kainda aparece como uma velha e sábia mulher, reverenciada pelos seus pares em sua sabedoria e poder de cura de suas garrafadas. Dona Iara, por sua vez, ocupa um espaço e tempo contemporâneos nos quais a religião de matriz africana perde lugar para cultos cristãos, o que coloca a personagem no ambíguo lugar de quem é alvo de respeito e medo, de reverência e preconceito. Subsidiando a análise e a discussão, estão Antonio Candido (2014), Dalcastagnè (2015).

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Beatriz Mendes e Madruga, UFRN

Graduada em Psicologia na Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Psicologia da mesma universidade. Graduada em Letras (Língua Portuguesa) pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Estudos da Linguagem da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, em Literatura Comparada, na linha de pesquisa Literatura e Memória Cultural. Psicóloga clínica atuando no atendimento psicoterápico de crianças e adolescentes. Professora substituta do Departamento de Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Juliane Vargas Welter, UFRN

Possui graduação em Letras (Português e suas respectivas literaturas) pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Mestrado em Letras Estudos Literários/Literatura Brasileira pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e Doutorado em Letras Estudos Literários/Literatura Brasileira pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2015). Membro do Grupo de Pesquisa Literatura Brasileira em Dinâmica Desigual e Combinada no Ocidente. Professora Adjunta no setor de Literatura Brasileira/DLET da Universidade Federal do Rio Grande do (UFRN). Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Literatura Brasileira, nos seguintes temas: literatura e sociedade, literaturas contemporâneas em língua portuguesa, literatura brasileira contemporânea, romance, memória, trauma, testemunho, ditadura militar, cultura brasileira.

Referências

BALDO, Heloisa Gaiardo. Memórias da escravidão e ancestralidade em Ponciá Vicêncio, de Conceição Evaristo. Litterata, vol 7/1, Ilhéus: 2017.

DALCASTAGNÈ, Regina. Mulheres negras e espaço urbano na narrativa brasileira contemporânea. In: Espaço e gênero na literatura brasileira contemporânea. Orgs.: Regina Dalcastagnè; Virgínia Maria Vasconcelos Leal. Porto Alegre: Zouk, 2015.

DIONISIO, Dejair. Feitiços e benzimentos: a perspectiva banto em Ponciá Vicêncio. Revista da ABPN, v 3 n 6, p. 31-38, 2012.

EVARISTO, Conceição. Ponciá Vicêncio. Belo Horizonte: Mazza Edições, 2003.

MARTINS, Geovani. O sol na cabeça. São Paulo, Companhia das Letras, 2018.

SOIHET, Rachel. Mulheres pobres e violência no Brasil urbano. In: História das mulheres no Brasil. Org.: DEL PRIORE, Mary. São Paulo: Contexto, 2013.

Downloads

Publicado

2021-06-02

Como Citar

MADRUGA, Beatriz Mendes e; WELTER, Juliane Vargas. NÊNGUA KAINDA E DONA IARA: SÁBIAS, PODEROSAS MULHERES. Revista Água Viva, [S. l.], v. 6, n. 1, 2021. DOI: 10.26512/aguaviva.v6i1.33558. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/aguaviva/article/view/33558. Acesso em: 8 dez. 2024.