O Processo Transexualizador no SUS - implicações bioéticas

Autores

  • Joseth Souza Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária
  • Tammy Lacerda Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca
  • Camilo Manchola Castillo Universidad Militar Nueva Granada
  • Volnei Garrafa Universidade de Brasília

DOI:

https://doi.org/10.26512/rbb.v9i1-4.7755

Palavras-chave:

Transexualidade. Discriminação. Autonomia. Universalidade. Bioética.

Resumo

O estudo foi desenvolvido por meio de entrevistas semi-estruturadas com cinco mulheres transexuais, residentes no Brasil, que passaram pelo Processo Transexualizador no Sistema Único de Saúde. Esse documento objetiva dar visibilidade ao Processo Transexualizador enquanto política pública inclusiva voltada para um segmento historicamente excluído dos benefícios estatais, bem como para cada indivíduo que vivencia a transexualidade em sua dimensão física e psicossocial. Pretende argumentar, sob o ponto de vista da bioética, as persistentes situações de risco a que é submetido este grupo populacional, além de mostrar a pertinência da discussão sobre direitos humanos e sexuais para além dos padrões morais vigentes. Os autores sustentam que o reconhecimento da diversidade sexual e de gênero é fundamental para o alcance da autonomia com justiça social.

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Biografia do Autor

Joseth Souza, Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária

Divisão de Gestão Ambiental, Brasília, Distrito Federal, Brasil.

Tammy Lacerda, Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca

ENSP/FIOCRUZ-/Progesus II, Paraíba, Brasil

Camilo Manchola Castillo, Universidad Militar Nueva Granada

Bogotá, Distrito Capital, ColoÌ‚mbia.

Volnei Garrafa, Universidade de Brasília

Cátedra Unesco / Programa de Pós-Graduação em Bioética.

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Como Citar

Souza, J., Lacerda, T., Manchola Castillo, C., & Garrafa, V. (2013). O Processo Transexualizador no SUS - implicações bioéticas. Revista Brasileira De Bioética, 9(1-4), 34–53. https://doi.org/10.26512/rbb.v9i1-4.7755

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