Aborto e Deficiência ”“ Percepção de Pessoas com Deficiência, Gestores Públicos e Bioeticistas no Contexto da Epidemia de Zika

Autores

  • Liliane Bernardes Universidade de Brasília
  • Tereza Araújo Universidade de Brasília

DOI:

https://doi.org/10.26512/rbb.v14i0.9964

Palavras-chave:

Deficiência. Bioética. Aborto. Zika, Política pública.

Resumo

Ao longo da história, conflitos bioéticos têm envolvido pessoas com deficiência, e essa condição é frequentemente o argumento utilizado para a tomada de decisão em relação à vida, seja para manutenção ou terminalidade. Um surveycom 109 participantes foi conduzido, divididos em três grupos: pessoas com deficiência, gestores públicos e bioeticistas, para investigar sua percepção sobre dilemas bioéticos que envolvem políticas públicas e deficiência, subsidiar a análise bioética, e ampliar o repertório de elementos para a formulação de políticas públicas. Responderam aos questionários 30 bioeticistas, 45 gestores públicos e 34 pessoas com deficiência. Os resultados indicam diferenças de percepção entre os grupos: a maioria dos participantes do grupo de pessoas com deficiência respondeu ser contra a legalização do aborto seletivo por causa da deficiência, enquanto que metade dos participantes bioeticistas é favorável. Visto que não há consenso moral atualmente sobre a questão do aborto no Brasil, a discussão da descriminalização do aborto talvez seja a via mais adequada nesse momento.

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Como Citar

Bernardes, L., & Araújo, T. (2018). Aborto e Deficiência ”“ Percepção de Pessoas com Deficiência, Gestores Públicos e Bioeticistas no Contexto da Epidemia de Zika. Revista Brasileira De Bioética, 14, 1–14. https://doi.org/10.26512/rbb.v14i0.9964

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