Os direitos reprodutivos no contexto da fertilização in vitro e o problema dos embriões excedentários

Autores

  • Kalline Eler Universidade Federal de Juiz de Fora

DOI:

https://doi.org/10.26512/rbb.v14i0.9382

Palavras-chave:

Direitos reprodutivos, reprodução assistida, embriões excedentários, vitrificação de ovócitos.

Resumo

Hoje, o avanço tecnológico está intimamente vinculado aos meios de aquisição de poder e carece de construções valorativas. Isso justifica a necessidade crescente de um maior fortalecimento da proteção jurídica do embrião extracorporal a fim de que o Princípio da Dignidade da Pessoa Humana seja efetivamente concretizado. O objetivo precípuo deste trabalho é delimitar o conteúdo dos direitos reprodutivos. Em um segundo momento, a partir do pressuposto de que o embrião extracorporal é pessoa e, portanto, sujeito de direitos personalíssimos, intenta-se demonstrar a inconstitucionalidade da produção dos embriões excedentários e propor a substituição dessa prática pela técnica vitrificação de ovócitos ”“ técnica promissora para o tratamento de infertilidade da reprodução assistida. A pesquisa proposta alinha-se, assim, à vertente das pesquisas jurídico-compreensivas e jurídico-propositivas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Kalline Eler, Universidade Federal de Juiz de Fora

Governador Valadares, MG, Brasil

Referências

Andorno R. Bioética y dignidade de la persona. Madri: Tecnos, 2012.

Ballester FJB. El equívoco de la esterilidad: ¿enfermedad o manipulación? Revista de Bioética y Derecho, núm. 23, set., p. 21-34, 2011.

Castro IN. De la dignidade del embrión: reflexiones em torno a la vida humana naciente. Madrid: Universidad Pontificia Comillas, 2008CORRÊA, M. C. D. V. Ética e reprodução assistida: a medicalização do desejo de filhos. Bioética, vol 9, no 2, p. 71-82, 2001

Chian RC, Huang JY, Tan SL, Lucena E et al. Obstetric and perinatal outcome in 200 infants conceived from vitrified oocytes. Reproductive Biomedicine Online. vol 16, no 5, mar.. 2008, p. 608-610.

Cobo A, Meseguer M, Remohí J, Pellicer A. A Use of cryo-banked oocytes in an ovum donation programme: a prospective, randomized, controlled, clinical trial. Human Reproduction, vol.25, no.9, 2010, p. 2239”“2246.

Corrêa MCDV, Loyola MA. Tecnologias de reprodução assistida no Brasil: opções para ampliar o acesso. Physis. set.; vol 3, p.753-777, 2015.

Davies M.J, Moore VM, WILLSON KJ, ESSEN PV et al. Reproductive Technologies and the Risk of Birth Defects. New England Journal of Medicine, v. 366, n.19, p. 1803-1813, maio, 2012.

Dowling-Lacey D, Mayer JF, Jones E, Bocca S et al. Live birth from a frozen”“thawed pronuclear stage embryo almost 20 years after its cryopreservation. Fertil Steril 2011; 95: 1120.

Engelhardt HT. Fundamentos da Bioética. São Paulo: Edições Loyola, 2008.

Hansen M, Bower C, Milne E, De Klerk N. Assisted reproductive technologies and the risk of birth defects: a systematic revie. Human Reproduction. vol.20, no.2, 2005 p. 328”“338.

Harris J. The concept of the person and the value of life. In: Kennedy Institute of Ethics Journal, v.9, n.4, dez/1999, p.293-308.

Moratalla NL, Huerta AZ, Bueno DL. Riesgos para la salud de los nascidos por las técnicas de fecundación asistida: la punta de um iceberg. In: Cuadernos de Bioética, Murcia, vol. XXIII, no 2, 2012, p. 467-527.

Noyes N, Porcu E, Borini A. Over 900 oocyte cryopreservation babies born with no apparent increase in congenital anomalies. Reproductive Biomedicine Online, vol. 18, no 6, abril, 2009, p. 769-776.

Ortega Y Gasset J. Meditação sobre a técnica. Trad. de José Francisco Pinto de Almeida Oliveira ”“ Rio de Janeiro: Instituto Liberal, 1991.

Palazzani L. Os significados do conceito filosófico de pessoa e suas implicações no debate atual sobre o estatuto do embrião humano. In: Correa, Juan De Dios Vial; Sgreccia, Elio (Orgs.). Identidade e estatuto do embrião humano. Atas da terceira assembleia da Pontifícia Academia para a vida. Bauruaru: Edusc, 2007.

Piovesan F; Pirrota WRB. A proteção dos direitos reprodutivos no direito internacional e no direito interno. In: Piovesan, Flávia, Temas de Direitos humanos, 7a edição, São Paulo: Saraiva, 2014, p. 397- 428.

Rienzi L, Romano S, Albricci L, Maggiulli R et.al. Embryo development of fresh ‘versus’ vitrified metaphase II oocytes after ICSI: a prospective randomized sibling-oocyte study. Human Reproduction, vol.25, no.1, 2010, p. 66”“73.

Singer P. Ética Prática. São Paulo: Martins Fontes, 1994.

Spaemann R. Personas: acerca de la distinción entre “algo” y “alguien”. Navarra: EUNSA, 2010.

Neves MCP. Mudam-se os tempos, manda a vontade. O direito e o desejo de ter um filho. In: Ascensão, José de Oliveira (Org.). Estudos de Direito da Bioética. Lisboa: Edições Almedina, v.3, 2009, p. 131-149.

United Nations. Report of the International Conference on Population and Development, Cairo, 5-13 sepetember, 1994. New York: United Nations, 1995.

Wennerholm UB, Söderström-Anttila V, Bergh C, Aittomäki K et al. Children born after cryopreservation of embryos or oocytes: a systematic review of outcome data. Human Reproduction, vol.24, no.9, 2009, p. 2158”“2172.

Scherrer U et al. Systemic and Pulmonary Vascular Dysfunction in Children Conceived by Assisted Reproductive Technologies. Circulation, v.125, n.15, p. 1890-1896, mar., 2012.

World Health Organization. Constitution of the World Health Organization. Basic Documents, Forty-fifth edition, Supplement, October 2006.

Downloads

Como Citar

Eler, K. (2018). Os direitos reprodutivos no contexto da fertilização in vitro e o problema dos embriões excedentários. Revista Brasileira De Bioética, 14, 1–14. https://doi.org/10.26512/rbb.v14i0.9382

Edição

Seção

Artigos Originais