O drama em O Banquete de Platão

a recepção do drama satírico em contraposição à tragédia e à comédia

Autores

  • Guilherme de Faria Rodrigues Universidade de São Paulo

Palavras-chave:

Drama Ático;, Platão;, Sócrates;, Sátiros;, Drama Satírico

Resumo

O presente artigo tem como objetivo desenvolver o argumento de que O Banquete de Platão pode ser lido como uma emulação de uma competição dramática, semelhante às que ocorriam nos festivais cívico-religiosos em Atenas nos séculos V e IV. Seguindo esta interpretação, que leva em consideração o fato de que estão presentes no banquete os dramaturgos Agatão e Aristófanes, a figura de Sócrates como apresentada por Platão pode apontar para como o filósofo interpretava o que era o drama satírico nos festivais, dada a comparação feita de Sócrates com um sátiro/sileno por Alcibíades ao final do diálogo. Desta maneira, pode-se dizer que Platão sugere o fato do drama satírico de fato unir as características trágicas e cômicas em um só discurso sob o manto da ignorância, mas na verdade sendo sábio, exatamente o que acontece em fim no discurso de Sócrates sobre o amor em face dos discursos de Agatão e Aristófanes, representantes metaforicamente da tragédia e da comédia respectivamente.

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Biografia do Autor

Guilherme de Faria Rodrigues, Universidade de São Paulo

Mestrado no Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas, Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas,
Universidade de São Paulo.

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Publicado

2016-11-07

Como Citar

Rodrigues, G. de F. (2016). O drama em O Banquete de Platão: a recepção do drama satírico em contraposição à tragédia e à comédia. PHAINE: Revista De Estudos Sobre Antiguidade, 1(1), 92–107. Recuperado de https://periodicos.unb.br/index.php/phaine/article/view/7187

Edição

Seção

Artigos