Etnônimos e topônimos no Madeira (séculos XVI-XX): um sem-número de equívocos

DOI:

https://doi.org/10.26512/rbla.v2i2.16223

Resumo

Talvez seja urgente chamar a atenção sobre alguns problemas significativos na literatura que se referem aos etnônimos e à cartografia do Rio Madeira (Brasil e Bolívia). Apesar das boas observações contidas no Handbook of South American Indians (1948), certas revisões são necessárias para dar conta dos problemas que apresentamos. Este artigo reconsidera e corrige os etnônimos que se tornaram confusos no século passado. Utiliza essas revisões para refazer o mapa histórico dos povos indígenas da região. Os erros que foram perpetuados nos registros históricos, assim como o ritmo acelerado da aculturação, apontam para uma urgente necessidade de novos estudos etno-históricos na região.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Acuña, Cristobal de. 1986. “Nuevo Descubrimiento del Gran Rio del Amazonas (1637)”. In:Informes de jesuitas en el Amazonas (1660-1684). Iquitos, Monumenta Amazónica.

Aguire Achá, José. 1933. La antigua provincia de Chiquitos. La Paz, Editorial Renacimiento.

Almeida e Serra, Ricardo Franco. 1844. Extracto da descripção geographica da Provincia de Mato Grosso... [1797]. Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro 6.

Almeida e Serra, Ricardo Franco. 1857. Novo diário do Rio Madeira [1790]. Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro 20.

Armentia, Nicolás de. 1887. Navegación del Madre de Dios. La Paz, Biblioteca Boliviana de Geografía e Historia.

Armentia, Nicolás de. 1905. Relación de las Misiones franciscanas de Apolobamba. La Paz.

Azara, Félix de. 1962. Descripción del Paraguay y del Rio de la Plata [1809]. In: Manuel Ballesteros-Gaibrois (org.), Viajes por América del Sur, vol. 2:331-497. Madrid, Aguilar (Bibliotheca Indiana, 4).

Barnadas, Josep e M. Plaza. 2005. Mojos: seis relaciones jesuíticas (1670-1763). Cochabamba, Historia Boliviana.

Bayle, Constantino. 1951. Las Misiones, defensa de las fortalezas de Mainas. In: Missionalia Hispanica, pp. 417-503.

Bettendorf, João de. 1910. Chronica da missão dos padres da companhia de Jesus no Estado de Maranhão [1669]. Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro 72.

Block, David. 1980. In search of El Dorado (1550-1767). Tese de doutorado, Universidade de Austin, Texas.

Block, David. 1997. La cultura reduccional de los Llanos de Mojos. Sucre.

Bolívar, Gregorio. 1906. Relación de la entrada del Padre... a la provinciade los indios Chunchos en 1621. In: Colección de documentos que apoyan el alegato de Bolivia en el Juicio Arbitral con la República del Perú. Buenos Aires.

Cabeza de Vaca. 1946. Comentarios. Madrid.

Cabral, Octaviano. 1963. Histórias de uma região. Niterói, Editora Himalaya.

Campos, Antonio Pires de. 1862. Breve notícia... [1727]. Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro 25:437-449.

Cardús, José. 1886. Las Misiones Franciscanas entre los Infieles de Bolivia. Descripción del estado de ellas en 1883 e 1884. Barcelona, Librería de la Inmaculada Concepción.

Castelnau, Francis de. 1851. Expédition dans les parties centrales de l’Amérique du Sud (1842). Paris, Chez P. Bertrand.

Castillo, José. 1906. Relación de la Provincia de Mojos [1675]. In: Manuel Vicente Ballivian, Documentos para la historia geográfica de la República de Bolivia. La Paz.

Chávez Suárez, José. 1986. Historia de Moxos. La Paz, Editorial Don Bosco.

Combès, Isabelle. 2010. Diccionario étnico. Santa Cruz la Vieja y su entorno en el siglo XVI. Cochabamba, Instituto de Misionología.

Créqui-Montfort e Paul Rivet. 1913a. Linguistique bolivienne. La famille linguistique ÄŒapacura. Journal de la Société des Américanistes 10:118-171. Paris.

Créqui-Montfort e Paul Rivet. 1913b. Linguistique bolivienne. La langue Saraveka. Journal de la Société des Américanistes 10:497-540. Paris.

Créqui-Montfort e Paul Rivet. 1913c. Linguistique bolivienne. La langue Kanichana. Mémoires de la Société de Linguistique de Paris 18:354-377. Paris.

Créqui-Montfort e Paul Rivet. 1913d. Linguistique bolivienne. Les dialectes pano de Bolivie. Le Muséon 14:19-78. Paris.

Denevan, William. 1966. The aboriginal cultural geography of the Llanos de Mojos of Bolivia. Berkeley, Universidade da Califórnia.

Ehrenreich, Paul. 1891. Beiträge zur Völkerkunde Brasiliens. In: Veröffentlichungen aus dem königlichen Museum für Völkerkunde, tomo II, pp 1-80. Berlin.

Faden, William. 1807. Mapa (feito sobre mapas do século XVIII).

Fawcett, Percy Harrison. 1953. Exploration Fawcett. Londres, Hutchinson.

Fonseca, José Gonçalves da. 1860.Navegação desde o Pará até o rio Madeira, 19/II/1749. In: Cândido Mendes de Almeida, Memórias, pp. 367-400.

Fonseca, João Severiano. 1986. Viagem ao redor do Brasil (1875-1878). Rio de Janeiro.

Gama Malcher, José M. 1964. Ãndios: grau de integração na comunidade nacional, grupo linguístico, localização. Rio de Janeiro, Conselho Nacional de Proteção aos Ãndios.

Gandia, Enrique. 1935. Historia de Santa Cruz de la Sierra. Buenos Aires.

Haseman, J. D. 1912. Some notes on the Pawumwa of South America. American Anthropologist 14:333-349.

Heath, E.R. 1882. The exploration of the River Beni. Journal of the American Geographical Society of New York 14:117-165.

Heriarte, Maurício. 1975. Descrição do Estado do Maranhão, Pará, Corupa e rio das Amazonas (1662). In: Francisco Varnhagen, História Geral do Brasil, vol. III:171-180. São Paulo, Melhoramentos.

Holanda Pereira, Adalberto. 1994. O pensamento mítico do Rikbaktsa. Pesquisas, Antropologia, n° 50. São Leopoldo, Instituto Anchietano de Pesquisas.

Hugo, Vitor. 1959. Os desbravadores. 2 volumes. Missão Salesiana de Humaitá.

Izaguirre Ispizua, Bernardino. 1922-29. Historia de las misiones franciscanas y narración de los progresos (1619-1921). Lima.

Labre. 1889. Coronel Labre’s explorations in the region between the Beni and Madre de Dios Rivers and the Purus. Proceedings of the Royal Geographical Society 11:496-502. Londres.

Lanes, Elder. 2005. Aspectos da mudança linguística: as línguas Pano. Tese de doutorado, Universidade Federal de Rio de Janeiro.

Leite, Serafim. 1938-43. História da Companhia de Jesus no Brasil. 4 volumes. Lisboa.

Leonel, Mauro. 1995. Etnodicéia Uruéu-au-au. São Paulo, Editora da Universidade de São Paulo.

Lettres édifiantes et curieuses, éscrites des missions étrangères, par quelques missionnaires de la Compagnie de Jésus (1780-83). 26 vols. Paris.

Lévi-Strauss, Claude. 1948. Tribes of the right bank of the Guaporé river. In: J. Steward (ed.), Handbook of South American Indians, vol. 3:361-379. Washington, Bureau of American Ethnology.

Loukotka, ÄŒestmir. 1968. Classification of South American Indian languages. University of California.

Macchetti, Fray Jesualdo. 1886. Diario del viaje fluvial del Padre Fray Jesualdo Macchetti, misionero del Colegio de La Paz, desde San Buenaventura y Reyes hasta el Atlántico en 1869. La Paz, El Siglo Industrial.

Maldi Meireles, Denise. 1983. Populações indígenas e a ocupação histórica de Rondônia. Monografia de especialização, Universidade Federal deMato Grosso.

Maldi Meireles, Denise. 1989. Guardiões da fronteira: rio Guaporé, século XVIII. Petrópolis, Editora Vozes.

Maroni, Pablo. 1988. Noticias auténticas del famoso Río Marañón (1738). Iquitos, Monumenta Amazónica.

Maúrtua, Víctor M. 1906. Juicio de límites entre Perú y Bolivia. Tomo X. Madrid.

Melgaço, Barão de. 1884. Apontamentos chronologicos da província de Matto Grosso. Revista do Instituto Historico e Geographico do Brasil 48. Rio de Janeiro.

Menendez, Miguel A. 1998. A área Madeira-Tapajós. In: Manuela Carneiro da Cunha (org.), História dos índios no Brasil, pp. 281-296. São Paulo, Companhia das Letras.

Métraux, Alfred. 1928. La civilisation matérielle des tribus tupi-guarani. Paris, Librairie Orientaliste.

Métraux, Alfred. 1948. The tribes of Eastern Bolivia and the Madeira headwaters. In: J. Steward (ed.), Handbook of South American Indians, vol. 3:349-360, 381-506. Washington, Bureau of American Ethnology.

Métraux, Alfred. 1963. Ethnography of the Chaco. In: J. Steward (ed.), Handbook of South American Indians, vol. 1:197-241. Washington, Bureau of American Ethnology.

Miller, Eurico Theofilo. 1983. História da cultura indígena do alto-médio Guaporé. Dissertação de mestrado, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.

Montaño Aragón, Mario. 1987-92. Guía etnográfica y lingüística de Bolívia (3 volumes). La Paz, Editorial Don Bosco.

Monteiro Noronha, José. 1862. Roteiro da viagem do Pará até as últimas colônias do sertão (1768). Pará.

Nimuendajú, Curt. 1924. Os índios Parintintin do Rio Madeira (1924), Journal de la Société des Américanistes 16:46-110. Paris.

Nimuendajú, Curt. 1948. The Cawahíb, Parintintin and their neighbors. In: J. Steward (ed.), Handbook of South American Indians, vol. 3:283-297. Washington, Bureau of American Ethnology.

Nimuendajú, Curt. 1987. Mapa etno-histórico. Rio de Janeiro, IBGE.

Nordenskiöld, Erland. 1915. Forskningar och äventyr i Sydamerika [1913-1914]. Stockholm, Albert Bonniers Förlag.

Orbigny, Alcide D. d’. 1944. El hombre americano. Buenos Aires, Editorial Futuro.

Pickering, Wilbur. 1973. Vocabulário Kaxararí. Série Linguística 1:63-66, Summer Institute of Linguistics. Brasília.

Pontes, Antônio Pires da Silva. 1798. Nova Luzitania (mapa).

Pontes Pinto, Emanuel. 1986. Caiari: lendas, proto-história e história. Riode Janeiro.

Price, David. 1983. Pareci, Cabixi, Nambiquara: a case study in the western classification of native peoples. Journal de la Société des Americanistes49. Paris.

Ramirez, Henri. 2001. Línguas Arawak da Amazônia setentrional. Manaus, Universidade Federal do Amazonas.

Ribeiro de Sampaio, Francisco Xavier. 1985. As viagens do Ouvidor Sampaio (1774-1775). Manaus, Associação Comercial do Amazonas.

Riester, Juergen. 1977. Los Guarasug’we: crónica de sus últimos días. La Paz, Editorial Los Amigos del Libro.

Rodrigues, Aryon D. 1964. A classificação do tronco linguístico Tupi. Revista de Antropologia 12.1/2:99-104.

Rondon, Cândido M.S. 1916. Lectures delivered by... Publications of the Rondón Commission, n° 43:192 ff. Rio de Janeiro.

Rondon, Cândido M.S. e J. Barbosa de Faria. 1948. Glossário Geral das tribos silvícolas de Mato-Grosso e outras da Amazônia e do Norte do Brasil. Tomo I. Rio de Janeiro, Imprensa nacional.

Saavedra, Bautista. 1906. Defensa de los derechos de Bolivia ante el Gobierno Argentino en el litigio de fronteras con la República del Perú. Tomo II. Buenos Aires.

Snethlage, Emil Heinrich. 1935. Nachrichten über die Pauserna-Guarayú, die Siriono am Río Baurés und die San Simonianes in der Nähe der Serra San Simón. Zeitschrift für Etnologie 67:278-293. Berlin.

Snethlage, Emil Heinrich. 1937. Atiko-y: Meine Erlebnisse bei den Indianern des Guaporé. Berlin.

Southey, Robert. 1981. História do Brasil, vol. 3. São Paulo, Editora Itatiaia.

Souza, Francisco Bernardino de. 1875. Comissão do Madeira, Pará e Amazonas. Rio de Janeiro, Typographia Nacional.

Spix, Johann Baptist von e Carl von Martius. 1981. Viagem pelo Brasil (1817-1820), vol. 3. Belo Horizonte, Editora Itatiaia.

Steinen, Karl von den. 1894. Unter den Naturvölkern Zentral-Brasiliens. Berlin.

Stiglich, Germán. 1903. La región peruana de los bosques. Colección de documentos oficiales referentes a Loreto 15:308-495. Lima.

Torres, Manuel Rodrigues. 1738. Relatório a D. João V (30:6/1738). Lisboa, Arquivo Histórico Ultramarino.

Villar, Diego, Lorena Córdoba e Isabelle Combès. 2009. La reducción imposible: las expediciones del Padre Negrete a los Pacaguaras (1795-1800). Cochabamba, Instituto de Misionología.

Voort, Hein van der. 2004. A grammar of Kwaza. Berlin, Mouton de Gruyter.

Wilkens de Mattos, João. 1896. Alguns esclarecimentos sobre as missões da Província do Amazonas (1855). Revista do Instituto Historico e Geographico Brasileiro 19.

Downloads

Publicado

2013-04-18

Como Citar

Etnônimos e topônimos no Madeira (séculos XVI-XX): um sem-número de equívocos. (2013). Revista Brasileira De Linguística Antropológica, 2(2), 179–224. https://doi.org/10.26512/rbla.v2i2.16223

Edição

Seção

Artigos