Lembranças do existir: narrativas de memória em A disciplina do amor, de Lygia Fagundes Telles

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/2316-4018568

Palavras-chave:

Literatura, memória, Lygia Fagundes Telles

Resumo

O objetivo deste trabalho é analisar a representação da memória na obra A disciplina do amor (1980), de Lygia Fagundes Telles. Para tanto, problematiza-se o modo como a narradora revisita o passado na tentativa de compreensão do presente. Por ser produto da linguagem, o relato memorialístico vai além da sua especificidade histórica. Na ressignificação do vivido, as lembranças se justapõem em um processo de revezamento que faz surgir imagens que se distanciam das reais. A memória, aliada ao criativo, é característica básica em parte da obra da ficcionista Lygia Fagundes Telles, já que a autora maneja recursos da linguagem e do processo imaginativo por meio de uma rede de lembranças fracionadas, que possibilitam às suas protagonistas a compreensão dos fatos e de si mesmas. Em A disciplina do amor, a memória se revela de forma fragmentada. No entanto, reconhece-se um fio condutor comum, potencializado pela voz narradora que proporciona novos sentidos às lembranças, a partir do preenchimento das lacunas pelo viés ficcional.

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Publicado

02/06/2019

Como Citar

Pantoja dos Santos, S. M., & Corrêa Santos, E. S. (2019). Lembranças do existir: narrativas de memória em A disciplina do amor, de Lygia Fagundes Telles. Estudos De Literatura Brasileira Contemporânea, (56), 1–8. https://doi.org/10.1590/2316-4018568