@article{Dias_2019, title={Caminhos da distopia no romance contemporâneo: a espera sem horizontes do individualismo niilista}, url={https://periodicos.unb.br/index.php/estudos/article/view/22685}, DOI={10.1590/2316-40185619}, abstractNote={<p>Peter Sloterdijk, ao caracterizar o individualismo “pós-social” da contemporaneidade para descrever o que considera o niilismo pós-moderno, apresenta um tipo de homem que renuncia à continuidade por meio da procriação e da transmissão da herança, em nome de seus próprios privilégios, numa espiral de egoica autossatisfação. O romance <em>Heranças</em>, de Silviano Santiago (2008), em sua contracena de pastiche e rebaixamento com o célebre <em>Memórias póstumas de Brás Cubas</em>, de Machado de Assis (1880), ao replicar o personagem machadiano na figura petulante de Walter, encena com requintes esta nova humanidade. A conduta cínica que o singulariza, gravada no estilo de sua narrativa autoconsciente, constitui a mais genuína encarnação da “falsa consciência esclarecida”. Isto porque, a saga deste “réu confesso”, após uma existência infecunda, consuma a sinergia da ambição pessoal com os imperativos de um sistema econômico corrupto e injusto. Nesse sentido, <em>Heranças, </em>pela voz de seu narrador e pseudoautor, e pela emulação que esta representa diante da dicção do inesquecível “defunto-autor” machadiano, reelabora a assepsia da estilística machadiana, rebaixando-a a uma dicção exibicionista de cafajeste.</p>}, number={56}, journal={Estudos de Literatura Brasileira Contemporânea}, author={Dias, Ângela Maria}, year={2019}, month={fev.}, pages={1–8} }