Significação musical no contexto da cena multimedial: o caso Brecht-Weill

Autores

  • Geraldo Martins Jr.

DOI:

https://doi.org/10.26512/dramaturgias.v1i2-3.8658

Resumo

Um dos principais problemas nas teorias de Brecht sobre a música são as críticas sobre a sua aceitação irrefletida. Um expoente clássico destas críticas é Fowler, em seu trabalho sobre o gestus brechtiano intitulado Received truths (1987), que observa criti- camente certos usos daquilo que Brecht deixou como legado em seus escritos, tratan- do conceitos e afirmações como “verdades aceitas”. Seu estudo se concetra na recepção da teoria brechtiana sobre a música em cena, e procura mostrar como os estudiosos de Brecht usam os conceitos na análise da relação texto-música de maneira irrefletida. Ele também argumenta que Brecht não construiu uma teoria satisfatória para compreender a significação musical. Outros autores seguiram esta tendência crítica, como Rambo-Hood (2009), argumentando contra a possibilidade dos escritos de Brecht serem adequados ou suficientes teoricamente para se interpretar a significação musical por meio de concei- tos como gestus, teatro épico e a brechtiana “separação dos elementos”2. Estes conceitos, principalmente na forma como Brecht os registrou no final da década de vinte e início da década de trinta3, se relacionavam com as montagem da época trazendo reflexões e propostas. 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

BENJAMIN, Walter. Magia e técnica, arte e política - obras escolhidas. Vol. 1. São Paulo: Editora Brasiliense, 1987.

BRECHT, Bertolt. Teatro Dialético. Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 1967.

______. A ópera dos três vinténs. Escrita em 1928. Estréia: Berlim, 1928. Tradução: Wolfgang Bader e Marcos Roma Santa. Versificação das canções: Wira Selanski. In: Brecht, Bertolt. Teatro Completo em 12 volumes. Paz e Terra, v. 3: 9-108, 1992.

COOK, Nicholas. Analysing musical multimedia. Oxford: Oxford University Press, 1998.

______. Music, performance, meaning. Selected Essays. Ashgate Publishing Limited, 2007.

EISLER, Hanns; ADORNO, T. W. Composing for the films (1947). London, New York: Continuum Impacts, 2007.

FISCHER-LICHTE, Erika. Theatre, sacrifice, ritual. Exploring forms of political theatre. Oxon: Routledge, 2005.

FOWLER, Kenneth Ray. Received truths: problems of the music-text relationship and Bertolt Brecht. Thesis, McGill University, Montreal, 1987.

GILBERT, Michael John Tyler. Bertolt Brecht’s striving for reason, even in music. New York: Peter Lang Publishing, 1988.

GOFFMAN, Erving. Os quadros da experiência social: uma perspectiva de análise (Frame

Analysis, 1974). Tradução de Gentil A. Titton. Petrópolis: Editora Vozes, 2012.

LEHMANN, Hans-Thies. Teatro pós-dramático (1999). São Paulo: Cosac Naify, 2007.

MORLEY, Michael. “Suiting the action to the word”: some observations on gestus and gestische Musik. In: Kowalke, Kim H. (Ed.). Essays on a new orpheus - Kurt Weill. New Haven and London: Yale University Press, 1986.

MÜLLER, Heiner. To use Brecht without criticizing him is to betray him. From: Brecht Jahrbuch 1980, Reinhold Grimm and Jost Hermand eds. (Frankfurt, 1981), pp. 14-21 (Title: Keuner-Fatzer) presented at: 5th Congress of the International Brecht Society, University of Maryland, March 1979.

RAMBO-HOOD, Markee H. What a difficult task it is for music to fulfil the demands of an epic theatre: a discussion of the role of epic music in Bertolt Brecht’s plays. Glasgow, 2009.

TRAGTENBERG, Livio. Música de cena. São Paulo: Perspectiva, 1999.

WEILL, Kurt. Concerning the gestic character of music (1929). In: Kowalke, Kim H. Kurt Weill in Europe. UMI Research Press, Apêndice II: 491-496, 1979.

______; Brecht, Bertolt. Die Dreigroschenoper. Ein Stück mit Musik in einem Vorspiel und acht Bildern. Klavierauszug. UE 31544. Universal Edition, 2000.

WINKIN, Ives. Os momentos e os seus homens ”“ Erving Goffman. Lisboa: Antropos, 1999.

Downloads

Publicado

2016-12-28

Como Citar

Martins Jr., G. (2016). Significação musical no contexto da cena multimedial: o caso Brecht-Weill. Dramaturgias, 1(2-3). https://doi.org/10.26512/dramaturgias.v1i2-3.8658