v. 4 n. 1 (2016): Sobre EXU

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Caminhos cruzados. Em celebração ao movimento, apresentamos o quarto número da revista Das Questões. Dedicada ao abre portas ”“ Exu, o qual concebe caminhos sempre possíveis de serem percorridos. A Revista interessada ”“ muito mais ”“ em percorrer as questões do que as responder, invoca o senhor dos percursos e intercursos. O hospedeiro da pluralidade em relação a tudo o que se refere a filosofiatraduçãoarte. Como aquele que recebe. Exu é aquele que faz chegar, e aquele também que solta. Como escreve Daniel Arcades, é a boca do universo. A revista foca em um santoconceitobatida: Exu. Èsù, Bará, Legbá, senhor das transformações, irreverente Enugbarijó, feito em muitos fragmentos que proliferam yanguís que o representam, titulado de Elegbara do poder ilimitado, virado em Pomba-Gira no Brasil e também em Maria Padilha, Molambo, Zé Pilintra e nos 21 Exus da Bahia. Falar de Exu é falar das transversalidades iorubás.
Com a editoria convidada de Aline Matos, convocarmos Exu para esse número, buscando apresentar múltiplas perspectivas. Já que a Revista Das Questões motivada pelo que se esconde e se revela na encruzilhada, encruza pensamentos de diversas áreas. Assim, neste quarto número reunimos tecituras que rodeiam e (in)traduzem algumas das imagens de Exu, o qual para cada pessoa que oferenda suas palavras por meio do texto, aquele se expressa de uma forma, entre várias. Exu é a força ou a arte de por na coexistência, assim é a hospitalidade de uma tradução ao invocar as entradas e os meios, é partícipe dos começos sendo sentinela das disseminações: descende do primeiro de todos os “entres”, aquele entre o céu e a terra. Orixá dos horizontes, tradutor do que está de fora para o que está de dentro, batida que marca o batente: batuque. Exu, polimórfico e transmutador, é tradutor, pensa, dispensa e nunca tem completamente cabimento porque sempre é arteiro.
Desse modo, para wanderson flor do nascimento, Exu aparece sobre a forma de Olojá: Entre encontros ”“ Exu, o senhor do mercado. Ressaltando os mercados tradicionais que fortalecem os laços societários, em contraposição ao modo capitalista de mercado. Em Exu: o filósofo da comunicação. Aline Matos da Rocha discute a legitimidade da filosofia africana e afrodiaspórica. Como falar de Exu é invocar a filosofia africana, e esta deve ser pensada desde a referência ao pensamento filosófico dos africanos, Rodrigo dos Santos nos apresenta Filosofia africana e etnofilosofia: Uma abordagem da concepção de Paulin Hountondji a partir do baraperspectivismo.
No embaralhamento com Exu, Luisa Mesquita embaralha através de Exu a compreensão tradicional ocidental. Carlos Ronald Oliveira de Pinho, reflete a ancestralidade desde a Ancestralidade na poética de Fausto Antonio e a virada sintática da linguagem: algumas
interpretações a partir de Bacherlard. Através de uma reflexão sobre a expressão Jesus Salva. Jorge Gomes Junior nos indaga: Exu Salva? Um percurso reflexivo nas encruzilhadas do imaginário. Luis Augusto Ferreira Saraiva, coloca Exu defronte a Clio, a musa da história em Exu interroga Clio: contribuições da Filosofia Africana na construção de um novo paradigma para o estudo da História. O Exu-ruído do Guto é descendência da quebradeira, quebra, requebra, sacode as cadeiras e pede pito. Ouça, é o caos. Exu não é partidário da ordem, Exu é anarca. Por léo da heresia. [E]xU[A]n[A]rc[A]: Ser anarquista de uma anarquia só, é pouco! Quero todas as anarquias! Para tudo ficar bonito, Alexandre de Oliveira Fernandes nos presenteia com Pro mundo ficar odara: não entender Exu.

Editora convidada: Aline Matos

ISSN 2447-7087

Publicado: 2016-09-27