AÇÕES POLÍTICAS DE JOVENS INDÍGENAS PARA TERRITORIALIZAÇÃO INTERCULTURAL DA UNIVERSIDADE

análise etnográfica do Encontro Nacional dos Estudantes Indígenas

Autores

  • Assis Costa Oliveira Universidade Federal do Pará

DOI:

https://doi.org/10.26512/abyayala.v3i1.24630

Palavras-chave:

juventudes indígenas; estudantes indígenas; educação universitária; territorialização; direitos indígenas.

Resumo

No presente artigo analiso as ações, as articulações e os discursos produzidos pelas juventudes indígenas que atuam no campo universitário brasileiro, especialmente dentro da organização produzida no Encontro Nacional dos Estudantes Indígenas (ENEI), que ocorre anualmente, desde 2013. Com base em pesquisa etnográfica desenvolvida no ENEI/2015 (Santarém/PA) e ENEI/2016 (Salvador/BA), procuro analisar como a condição de “ser estudante universitário” é (re)construída pela ótica intercultural indígena, gerando novos sentidos para a territorialização da universidade, a relação entre conhecimentos científicos e conhecimentos tradicionais incluindo as relações de gênero e a orientação sexual e a articulação do direito à educação com outras pautas dos direitos de povos indígenas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ALEIXO, Mariah Torres. “Indígenas, quilombolas e trabalhadoras rurais: trajetórias no ensino superior.” Em: OLIVEIRA, Assis da Costa; BELTRÃO, Jane Felipe (orgs.). Etnodesenvolvimento & Universidade: formação acadêmica para povos indígenas e comunidades tradicionais. Belém: Editora Santa Cruz, p. 240-251, 2015.

BANIWA, Gersem dos Santos Luciano. “O Ãndio Brasileiro: o que você precisa saber sobre os povos indígenas no Brasil de hoje.” Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade; LACED/Museu Nacional, 2006. Disponível em: <<http://www.laced.mn.ufrj. br/trilhas/>>. Acesso em: 25 mai. 2014.

BLANCO, Rafael. “Escenas militantes: linguajes, identidades políticas y nuevas agendas del activismo estudantil universitário. “Ciudad Autonoma de Buenos Aires: Grupo Editor Universitario, 2016.

BORGES, Antonádia Monteiro. “Tempo de Brasília: etnografando lugares-eventos da política. “Rio de Janeiro: Relume Dumará; Núcleo de Antropologia da Política/UFRJ, 2003.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Casa Civil, 1988. Disponível em: << http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao compilado.htm >> Acesso em: 14 jan. 2017.

_____. Lei n° 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional). Brasília: Casa Civil, 1996. Disponível em: << http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/LEIS/L9394.htm>>. Acesso em: 14 jan. 2017.

_____. Decreto n° 5.051, de 19 de abril de 2004 (Promulga a Convenção n° 169 da OIT). Brasília: Casa Civil, 2004.

CENTRO INDÃGENA DE ESTUDO E PESQUISA (CINEP).” Esboço de um perfil do estudante indígena no ensino superior no Brasil. “Em: LUCIANO, Gersem José dos Santos; OLIVEIRA, Jô Cardoso de; HOFFMANN, Maria Barroso (orgs.). Olhares indígenas contemporâneos. Brasília: Centro Indígena de Estudos e Pesquisas, p. 204-259, 2010.

COHN, Clarice. “Uma década de presença indígena na UFSCar. “Em: Campos, v. 17, n. 2, p. 15-34, jul./dez. 2016.

CONSELHO INDIGENISTA MISSIONÁRIO (CIMI). “Em nota, estudantes indígenas e quilombolas divulgam conquistas e garantem que luta continua”, 26 jun. 2018. Disponível em: <<https://cimi.org.br/2018/06/em-nota-estudantes-indigenas-e-quilombolas-divulga m-conquistas-e-garantem-que-luta-continua/>>. Acesso em: 12 dez. 2018.

CUBIDES MARTÃNEZ, Juliana C. “Movimientos juveniles contemporáneos en América”

Latina. Juventud y política en la encrucijada neoliberal. En: Espíndola, Fabiana (coord.) Jóvenes en movimientos: experiencias y sentidos de las movilizaciones en la América Latina Contemporánea. Ciudad Autónoma de Buenos Aires: CLACSO, p. 119-157, 2016. Disponível em: <<http://biblioteca.clacso.edu.ar/clacso/becas/20160229035 803/JovenesEnMovimientos.pdf >>. Acesso em: 10 out. 2016.

ENCONTRO NACIONAL DE ESTUDANTES INDÃGENAS (ENEI). “Documento Final do V Encontro Nacional de Estudantes Indígenas” Salvador: ENEI, 2017.

ESTÁCIO, Marcos André Ferreira.” Jovens lideranças indígenas do Amazonas: protagonismo e participação no Movimento de Estudantes Indígenas do Amazonas.” Em: OLIVEIRA, Assis da Costa; RANGEL, Lúcia Helena (orgs.). Juventudes indígenas: estudos interdisciplinares, saberes interculturais ”“ conexões entre Brasil e México. Rio de Janeiro: E-papers, p. 250-271, 2017.

GOMIZ, María Micaela; SALGADO, “Juan Manuel. Convenio 169 de la O.I.T. sobre pueblos indígenas: su aplicación en el derecho interno argentino.” Neuquén: Observatorio de Derechos Humanos de Pueblos Indígenas; Copenhague: Grupo Internacional de Trabajo sobre Asuntos Indígenas, 2010.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÃSTICA (IBGE). Censo Demográfico 2010: Características gerais dos indígenas ”“ Resultados do universo. Rio de Janeiro: IBGE, 2012.

INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÃSIO TEIXEIRA (INEP). Sinopse Estatística da Educação Superior 2017. Brasília: Inep, 2018. Disponível em: <<http://portal.inep.gov.br/censo-da-educacao-superior>>. Acesso em: 12 dez. 2018.

MANÇANO FERNANDES, Bernardo. Movimientos socioterritoriales y movimientos socioespaciales. Contribución teórica para una lectura geográfica de los movimientos sociales. Presidente Prudente: UNESP, 2005. Disponível em: <>. Acesso em: 12 dez. 2018.

MESQUITA, Marcos Ribeiro. Movimento estudantil e as questões de gênero e diversidade sexual: o desafio de recriar a militância. Em: GROPPO, Luís Antonio; ZAIDAN FILHO, Michel; MACHADO, Otávio Luiz (orgs.). Movimentos juvenis na contemporaneidade. Recife: Ed. Universitária da UFPE, p. 84-107, 2008.

NEGRÃN DA SILVA, Diana. Makuyeika: la que anda em muchas partes. Em: Cuicuilco: Revistade la Escuela Nacional de Antropologia e Historia, v. 22, n. 62, p. 37-59, jan./abr. 2015.

OLIVEIRA, Assis da Costa; BELTRÃO, Jane Felipe; DOMINGUES, William César Lópes. Povos Indígenas, Ações Afirmativas e Universidade: conquistas e dilemas da reserva de vagas na Universidade Federal do Pará. Em: História e Diversidade, v. 6, p. 93-106, 2015.

_____; SANTOS, Ivaíde Rodrigues dos; MENEZES, Marilande Paiva. Para uma compreensão étnica do mercado de trabalho: reflexões sobre o campo profissional em Etnodesenvolvimento. Em: OLIVEIRA, Assis da Costa; BELTRÃO, Jane Felipe (orgs.). Etnodesenvolvimento & Universidade: formação acadêmica para povos indígenas e comunidades tradicionais. Belém: Editora Santa Cruz, p. 74-92, 2015.

ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU). Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas. (UNIC/Rio/023). Rio de Janeiro: Nações Unidas, 2008.

ORGANIZAÇÃO DOS ESTADOS AMERICANOS (OEA). Declaración Americana sobre los Derechos de los Puelos Indígenas. (AG/RES. 2888 (XLVI-O/16)). San José: OEA, 2016.

POUMPEAU, Franck. “Dominación y movilizaciones: estúdios sociológicos sobre el capital militante y el capital escolar.” Córdoba: Ferreyra Editor, 2007.

RODRIGUES, Douglas. “Número de candidatos indígenas sobre 46% nestas eleições.” Em: Poder 360, 23 ago. 2018. Disponível em: <<https://www.poder360.com.br/eleicoes/ numero-de-candidatos-indigenas-sobe-46-nestas-eleicoes/>>

SACCHI, Ângela. “Mulheres indígenas e participação política: a discussão de gênero nas organizações de mulheres indígenas. “Em: Revista Anthropológicas, v. 7, n. 14, p. 95-110, 2003.

SIMÕES, Rodrigo.” Participação indígena no Ensino Superior aumenta mais de 500% em seis anos; mulheres são a maioria.” Em: Quero Bolsa, 19 abr. 2018. Disponível em: <<https://querobolsa.com.br/revista/participacao-indigena-no-ensino-superior-aumenta-mais-de-500-em-seis-anos-mulheres-sao-a-maioria>>. Acesso em: 12 dez. 2018.

UNDA LARA, Rene. Guia de la clase 3. Acción colectiva, ciclo político y Estado. Seminário Virtual CLACSO. Manizales: mimeo, 2016.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS (UFSCAR). Documento Final I Encontro Nacional dos Estudantes Indígenas: metas e desafios no caminho do ensino superior. São Carlos: UFSCAR, 2013. Disponível em: <<http://www.oeei.ufscar.br/wp-content/uploads/2014/07/DOCUMENTO-FINAL-I-ENEI-UFSCar-2013.pdf>>. Acesso em: 12 dez. 2018.

URTEAGA CASTRO POZO, Maritza. México: “Jóvenes indígenas”, flujos étnicos contemporáneos y giros epistêmicos. Em: OLIVEIRA, Assis da Costa; RANGEL, Lúcia Helena (orgs.). Juventudes Indígenas: estudos interdisciplinares, saberes interculturais. Rio de Janeiro: E-papers, p. 25-52, 2017.

TERENA, Marcos.” A juventude indígena e os caminhos entre tradição e modernidade.” Em: Revista da ESPM, v. 15, n. 5, set./out. 2008.

VALENTE, Rubens.” Governo Temer corta bolsa para estudantes indígenas e quilombolas.” Em: Folha de São Paulo, 6 jun. 2018. Disponível em: <>. Acesso em: 12 dez. 2018.

VERDUM, Ricardo.” Mulheres indígenas, direitos e políticas públicas”. Em: VERDUM, Ricardo (org). Mulheres indígenas, direitos e políticas públicas. Brasília: Inesc, p. 07-20, 2008.

WALSH, Catherine. Interculturalidad crítica y pluralismo jurídico. 2010. Disponível em: << http://6ccr.pgr.mpf.mp. br/atuacao-do-mpf/eventos/esmpu-curso-pluralismojuridico-e-interculturalidade/ interculturalidad-critica-y-pluralismo-juridico>>. Acesso em: 23 mai. 2014.

ZEBADÚA CARBONELL, Juan Pablo. Cultura, identidades y transculturalidad. Apuntes sobre la construcción identitaria de las juventudes indígenas. Em: Revista LiminaR. Estudios sociales y humanísticos, ano 9, v. IX, n. 1, p. 36-47, jun. 2011.

Entrevistas

OLIVEIRA, Assis da Costa. Entrevista com Abimael Munduruku, em 19 out. 2006.

_____. Entrevista com Rutian Pataxó, em 17 set. 2017.

Downloads

Publicado

2019-07-14

Como Citar

Oliveira, Assis Costa. 2019. “AÇÕES POLÍTICAS DE JOVENS INDÍGENAS PARA TERRITORIALIZAÇÃO INTERCULTURAL DA UNIVERSIDADE: Análise etnográfica Do Encontro Nacional Dos Estudantes Indígenas”. Abya-Yala: Revista Sobre Acesso à Justiça E Direitos Nas Américas 3 (1):148 a 180. https://doi.org/10.26512/abyayala.v3i1.24630.