Entre o “ilustrado” e o “intelectual puro”: considerações acerca das virtualidades e limites do modelo bourdiano de campo para analisar a primeira geração modernista de Minas Gerais

Autores

  • João Ivo Guimarães Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.26512/cmd.v3i2.8889

Palavras-chave:

campo literário; Pierre Bourdieu; escritores; sociedades periféricas; modernismo mineiro

Resumo

O presente artigo explora as virtualidades e limitações do conceito de “campo literário”, de Pierre Bourdieu, para analisar grupos de escritores e intelectuais situados em sociedades periféricas. Trata-se de problematizar a pertinência desse conceito para interpretar o significado do movimento modernista em Minas Gerais. Nesse sentido, com vistas a recuperar a “feição própria” do modernismo mineiro, procuro reconstruir o espaço social de Belo Horizonte nos anos 20 e 30, a fim de que se possa avaliar tanto a atuação modernizante dos rapazes dados às letras na provinciana capital do estado, quanto os traços neles deixados por esta mesma sociedade provinciana em cujo interior buscavam respirar.

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Biografia do Autor

João Ivo Guimarães, Universidade de São Paulo

Doutorando do Programa de PósGraduação em Sociologia da USP. Bolsista do CNPq.

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Publicado

2016-01-11

Como Citar

Guimarães, J. I. (2016). Entre o “ilustrado” e o “intelectual puro”: considerações acerca das virtualidades e limites do modelo bourdiano de campo para analisar a primeira geração modernista de Minas Gerais. Arquivos Do CMD, 3(2), 34–56. https://doi.org/10.26512/cmd.v3i2.8889

Edição

Seção

Artigos de Dossiê